Lições extraídas da vitória nos pênaltis contra o Estudiantes
O duelo entre Flamengo e Estudiantes de La Plata terminou em um dos capítulos mais emocionantes da edição atual da Libertadores. Quando o argentino balançou as redes com Gastón Benedetti, parecendo nivelar o placar, o rubro‑negro viu sua passagem à semifinal ameaçada. O salto para os pênaltis acabou revelando dois aprendizados que vão acompanhar o grupo nas próximas partidas.
Primeiro, a resiliência mental. A pressão de um momento decisivo costuma transformar jogadores em sombras de si mesmos, mas o Flamengo mostrou que a calma pode ser treinada. O goleiro Agustín Rossi, autoridade dentro da área, converteu duas defesas cruciais, permitindo que o time colombiano vencesse por 4 a 2. O resultado não foi apenas técnico; ele cimentou a confiança de que o grupo pode enfrentar situações de vida ou morte sem perder a concentração.
Segundo, a lição contra a complacência. Mesmo sendo grande favorito, o rubro‑negro sentiu na pele que a diferença de tradição não garante vitória automática. O Estudiantes, comandado por Eduardo Domínguez, impôs um ritmo agressivo e fez o Flamengo trabalhar por cada centímetro. Essa experiência serve como um alerta: cada adversário nas fases finais chega com peças fortes e nenhum ponto pode ser subestimado.

O que aguarda o Flamengo na semifinal contra o Racing Club
Com a bagagem das duas lições, o próximo desafio coloca o Flamengo frente a frente com o Racing Club, equipe argentina que também mostrou força ao longo da competição. A partida apresenta nuances diferentes: enquanto o Estudiantes trouxe um jogo de resistência e contra‑ataques, o Racing tende a impor um estilo mais equilibrado, combinando posse de bola com transições rápidas.
Para aplicar a primeira lição, o técnico do Flamengo precisará montar um plano que preserve a estabilidade psicológica dos jogadores. Treinos de simulação de pênaltis, sessões de visualização e conversas individuais podem ser peças-chave para que a equipe repita a serenidade demonstrada em La Plata.
Quanto à segunda lição, a preparação tática deve levar a sério a possibilidade de um confronto físico e intensivo. O Flamengo não pode assumir que a qualidade do seu ataque, que já soma 31 gols na liga nacional, será suficiente. É preciso analisar os padrões defensivos do Racing, reforçar a marcação nas jogadas aéreas e garantir que a bola não chegue ao pé dos adversários em áreas perigosas.
- Fortalecer o meio‑campo: controlar o ritmo e impedir que o Racing domine a criação.
- Manter a compactação defensiva: reduzir espaços entre linhas para evitar surpresas nos contra‑ataques.
- Explorar as laterais: usar a velocidade dos laterais para abrir o bloqueio argentino.
- Gestão de elenco: rotacionar jogadores cansados para preservar energia nos momentos críticos.
Além disso, o histórico do Flamengo na competição mostra que a equipe soube contornar um grupo de classificação apertado, avançando como segunda colocada apenas por diferença de gols. Essa capacidade de extrair resultados positivos mesmo em situações adversas reforça a importância de não subestimar nenhum oponente.
Se o grupo mantiver a compostura nos momentos de tensão e abordar o Racing com o respeito que a fase exige, as chances de chegar à final – a primeira desde o título de 2022 – aumentam consideravelmente. O que resta agora é transformar lições em prática, transformar nervosismo em decisão e transformar respeito em vitória.