Acidente na Serra dos Ventos mata 17; PRF aponta falha nos freios

Acidente na Serra dos Ventos mata 17; PRF aponta falha nos freios

Quando Cristiano Mendonça, assessor de imprensa da Polícia Rodoviária Federal confirmou que o ônibus de turismo capotou na Serra dos Ventos, entre Paranatama e Saloá, no Agreste de Pernambuco, ficou claro que a tragédia deixaria 17 mortos e dezenas de feridos. O acidente aconteceu na noite de , por volta das 21h, na BR-423. De acordo com Alessandro Carvalho, secretário da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, o veículo transportava 40 passageiros, números que não batiam com as três listas de ocupação encontradas.

Contexto da região e da viagem

A BR-423 corta trechos de relevo acidentado, sobretudo na parte conhecida como Serra dos Ventos, onde curvas fechadas e subidas íngremes são rotina. O ônibus, fretado por uma empresa de Brumado (Bahia), seguia de retorno após compras em um centro atacadista de Santa Cruz do Capibaribe. A jornada de ida‑e‑volta ultrapassou as 27 horas, o que já gerava preocupação sobre fadiga do motorista.

Detalhes do acidente e respostas imediatas

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o ônibus entrou em contramão, colidiu com rochas nas margens, voltou ao sentido correto e acabou tombando num barranco de areia. O condutor relatou à polícia que os freios falharam, o que o fez perder o controle. Passageiros, ainda em choque, contaram que perceberam uma aceleração brusca antes da primeira batida.

Na sequência, equipes da Secretaria de Defesa Social e da Polícia Civil isolaram o local, enquanto o Hospital Regional Dom Moura recebeu os 17 pacientes. Dois permaneceram em terapia intensiva, os demais em observação.

Identificação das vítimas e assistência médica

A perícia papiloscópica da Polícia Civil já identificou 11 dos falecidos, usando impressões digitais. Entre eles estavam mineradores de Minas Gerais, confirmados pelo jornal EM.com. Os familiares foram notificados e o Ministério Público preparou apoio psicossocial para os sobreviventes.

Investigação: causas possíveis e perícias

Além da alegada falha nos freios, a PRF está realizando uma perícia administrativa que será combinada ao laudo do Instituto de Criminalística. O representante das investigações, Luciano, afirmou que "a conclusão definitiva só será obtida após a finalização do laudo pericial".

Os investigadores também analisarão a sobrecarga de passageiros – embora o ônibus estivesse abaixo da capacidade máxima de 50 assentos, a discrepância entre as listas e o número real de ocupantes pode indicar caronas informais. O teste do bafômetro do motorista deu negativo, descartando álcool como fator.

Repercussões e medidas futuras

Repercussões e medidas futuras

O governo de Pernambuco prometeu revisar as normas de transporte intermunicipal, sobretudo em rotas de risco como a BR-423. A Secretaria de Defesa Social encaminhou um projeto de lei que exige inspeções mecânicas trimestrais para veículos de turismo que circulem em áreas de relevo acidentado.

Enquanto isso, organizações de direitos dos passageiros pedem que sejam criados canais de denúncia mais ágeis para irregularidades nas listas de passageiros. "Precisamos garantir que nenhuma pessoa fique à margem da segurança apenas porque viajou sem registro", disse um representante da associação local.

O que vem a seguir

O laudo pericial deve ser divulgado até o final de novembro. Caso a falha nos freios seja confirmada, a empresa de Brumado poderá ser responsabilizada civil e criminalmente. Os familiares das vítimas já iniciaram processos de indenização, enquanto o Ministério da Infraestrutura avalia a necessidade de sinalização extra na Serra dos Ventos.

Perguntas Frequentes

Quantas pessoas estavam no ônibus e quantas realmente foram registradas?

O veículo transportava 40 passageiros, mas as três listas de ocupação encontradas somavam apenas 28 nomes. A diferença indica que alguns viajantes pegaram carona e não constaram nos registros oficiais.

Qual foi a causa provável apontada pela polícia?

O motorista relatou falha no sistema de freios, o que, segundo a PRF, foi a causa imediata da perda de controle. As perícias mecânicas e o laudo do Instituto de Criminalística ainda irão confirmar se há defeito de fabricação ou falta de manutenção.

Como as vítimas foram atendidas?

Todos os 17 feridos foram levados ao Hospital Regional Dom Moura. Dois permaneceram em terapia intensiva, enquanto os demais foram tratados em observação. A perícia já identificou 11 dos falecidos por impressão digital.

O que o governo de Pernambuco pretende mudar após o acidente?

A Secretaria de Defesa Social propôs leis que exigirão inspeções mecânicas trimestrais para ônibus que circulam em trechos de alto risco, como a Serra dos Ventos, e criará campanhas de conscientização sobre o preenchimento correto das listas de passageiros.

Quando o laudo final da investigação deve ser divulgado?

As autoridades indicaram que o relatório completo, que reunirá a perícia administrativa da PRF e o parecer técnico do Instituto de Criminalística, deve ser publicado até o final de novembro de 2025.

Comentários

  • Priscila Araujo
    Priscila Araujo
    outubro 19, 2025 AT 19:15

    É de partir o coração ler sobre essa tragédia.
    Sei que nenhuma palavra pode aliviar a dor das famílias, mas meu pensamento está com eles.
    Esperamos que as investigações tragam respostas e que situações como essa não se repitam.
    Que a comunidade se una para apoiar os sobreviventes e cobrar melhorias nas normas de segurança.

  • EVLYN OLIVIA
    EVLYN OLIVIA
    outubro 20, 2025 AT 23:01

    Ah, claro, falha nos freios… nunca se viu nenhum caso de manutenção duvidosa antes, não é?
    Talvez o “conselho dos poderosos” tenha decidido que um acidente aqui seria útil para provar que precisam de mais dinheiro.
    É sempre reconfortante saber que o “acidente perfeito” foi preparado nos bastidores.

  • Murilo Deza
    Murilo Deza
    outubro 22, 2025 AT 02:48

    Mais um desastre de estrada, que surpresa... , , , parece que ninguém se importa com as inspeções regulares , , , e ainda assim, o quê? , , , continua acontecendo.

  • Andre Pinto
    Andre Pinto
    outubro 23, 2025 AT 06:35

    Isso vai muito além de um simples erro mecânico.

  • Marcos Stedile
    Marcos Stedile
    outubro 24, 2025 AT 10:21

    Vcs acreditam mesmo q o governo só quer tapar o buraco?? , , , tem muita coisa escondida, tipo q o ônibus nunca recebeu manutenção, e q a empresa tem ligação com políticos… , , , fica estranho, né?

  • Bruna costa
    Bruna costa
    outubro 25, 2025 AT 14:08

    Imagine a dor de quem perdeu alguém nessa viagem.
    É fundamental que as autoridades ofereçam suporte psicológico imediato e que as famílias recebam toda a assistência necessária.
    Que esse sofrimento sirva de alerta para melhorias urgentes na fiscalização.

  • Carlos Eduardo
    Carlos Eduardo
    outubro 26, 2025 AT 17:55

    É impossível não sentir um calafrio ao ler sobre aquele ônibus capotando na Serra dos Ventos.
    A cada curva perigosa dessa estrada, a esperança de um final seguro parece se apagar.
    Os 17 mortos carregam consigo histórias que jamais serão contadas em voz alta.
    Os feridos, ainda envolvendo a dor física, carregam também o trauma psicológico de um instante que mudou tudo.
    A madrugada de 17 de outubro ficará marcada como um pesadelo coletivo, onde o medo tomou o volante.
    A reportagem descreve bem a velocidade do acidente, mas pouco fala da fadiga que o motorista provavelmente sentiu após 27 horas de viagem.
    É triste imaginar que a pressão por cumprir cronogramas torneiros pode ter contribuído para esse desastre.
    A falha nos freios, se confirmada, revela uma negligência que não poderia ser aceita.
    É preciso que as inspeções mecânicas não sejam apenas alguns documentos burocráticos, mas sim verificações reais e rigorosas.
    A proposta de inspeções trimestrais é bem‑vinda, mas precisa ser acompanhada de fiscalização efetiva e punições severas.
    O povo de Pernambuco merece rotas seguras, sem a ameaça constante de acidentes fatais.
    As famílias das vítimas precisam de justiça, mas também de apoio social e econômico neste momento difícil.
    Esperamos que o laudo pericial seja transparente, sem tentativas de acobertar responsabilidades.
    Que a memória dos que se foram sirva de alerta para que nenhum outro ônibus encontre o mesmo destino trágico.

  • gerlane vieira
    gerlane vieira
    outubro 27, 2025 AT 21:41

    Mais uma tragédia causada pela ganância e pela falta de fiscalização.

  • Mariana Jatahy
    Mariana Jatahy
    outubro 29, 2025 AT 01:28

    Olha, pessoal, os fatos são claros: falha mecânica, sobrecarga de passageiros e falta de manutenção 😐.
    Não há espaço para teorias conspiratórias quando temos relatórios oficiais 📄.
    Precisamos de inspeções rigorosas, não de palpites infundados 👍.

  • Camila A. S. Vargas
    Camila A. S. Vargas
    outubro 30, 2025 AT 05:15

    Prezados leitores, cumpre‑nos registrar que este triste episódio evidencia a necessidade de aprimoramento nas normas de segurança viária.
    É encorajador observar que as autoridades já propuseram medidas corretivas, como inspeções mecânicas trimestrais, que poderão prevenir novos incidentes.
    Confiamos que, com fiscalização adequada e comprometimento de todas as partes, futuros viajantes desfrutarão de trajetos mais seguros.

  • Priscila Galles
    Priscila Galles
    outubro 31, 2025 AT 09:01

    opa galera, só pra reforçar, sempre confira a lista de passageiros antes de embarcar e peça a verificação dos freios do ônibus.
    se puder, leve um kit básico de primeiros socorros, nunca se sabe quando vai precisar.
    e não esqueça de anotar o número da placa, facilita se houver algum problema depois.

  • Michele Hungria
    Michele Hungria
    novembro 1, 2025 AT 12:48

    Este relatório demonstra, de forma lamentável, a incompetência crônica das empresas de transporte e da fiscalização estatal.
    É inadmissível que, em pleno século XXI, ainda ocorram falhas tão graves que resultam em mortes evitáveis.

  • Glauce Rodriguez
    Glauce Rodriguez
    novembro 2, 2025 AT 16:35

    É evidente que o Estado tem falhado ao garantir a segurança dos nossos cidadãos nas estradas brasileiras.
    Exigimos que o governo federal assuma responsabilidade plena e implemente normas rígidas que reflitam o verdadeiro valor da vida nacional.

  • joao pedro cardoso
    joao pedro cardoso
    novembro 3, 2025 AT 20:21

    Na verdade, o que costuma acontecer nesses casos é uma combinação de fadiga do motorista, manutenção inadequada e falta de treinamento adequado.
    Os números mostram que a maioria dos acidentes em estradas sinuosas tem origem nesses fatores, então a solução passa por políticas integradas de segurança.

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