O calendário das eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 ganhou contornos decisivos com o anúncio oficial das partidas da janela de novembro de 2025. A Seleção Uruguaia encara o México em 15 de novembro, seguida por um duelo contra os Estados Unidos em 18 de novembro — ambos jogos em solo norte-americano. Enquanto isso, a Jamaica, líder do grupo da Concacaf, enfrenta Trinidad e Tobago em 13 de novembro e Curaçao em 18 de novembro, em partidas que podem selar sua classificação direta para a Copa do Mundo. O cenário é de tensão crescente: a competição é a última janela internacional de 2025, e cada ponto pode definir o futuro das seleções.
Os EUA preparam o terreno para a Copa em casa
Os Estados Unidos não estão apenas jogando — estão treinando para sediar a Copa do Mundo. O técnico Mauricio Pochettino, que assumiu o cargo após a eliminação na Copa América de 2024, chamou os jogos contra o Uruguai e o Paraguai de "testes reais". "São adversários que nos obrigam a elevar o nível. É exatamente o tipo de pressão que enfrentaremos na Rússia, no Catar... e agora, em casa", disse ele em entrevista coletiva em setembro. A partida contra o Paraguai será em Subaru Park, em Chester, Pensilvânia — um estádio menor, criticado por torcedores que reclamam da falta de apoio local. "A última vez que a federação realmente apoiou a equipe foi em Columbus, durante a era dos 2 a 0. Agora, tudo é dinheiro", comentou um fã em fórum da SBI Soccer.Uruguai: um obstáculo que não esquece
O Uruguai chega como um dos favoritos. Em 2024, eliminou os EUA por 1 a 0 na Copa América, um resultado que encerrou o ciclo de Gregg Berhalter. A derrota ainda ecoa nos bastidores da USMNT. O técnico Pochettino sabe que não basta vencer — precisa superar a sombra psicológica. A última vitória dos EUA sobre o Uruguai foi em 2016, em amistoso em Washington. Desde então, os sul-americanos venceram os dois últimos confrontos. O fato de o Uruguai já ter garantido vaga na Copa do Mundo o coloca em uma posição estratégica: pode testar jovens talentos, como o meia Facundo Pellistri, sem pressão de resultados. Mas isso não significa que será fácil. A seleção uruguaia ainda joga com a ferocidade de quem sabe que, em torneios grandes, o que importa é o que se conquista em campo — não o que se promete.Jamaica: a surpresa que lidera
Enquanto os grandes nomes da Concacaf se debatem, a Jamaica, que há cinco anos nem sequer figurava entre os favoritos, está em primeiro lugar no grupo. Segundo a ESPN, a equipe jamaicana acumula 13 pontos em seis jogos, com vitórias sobre Honduras, Canadá e Costa Rica. O técnico Desmond Armstrong montou um time ágil, com jogadores da MLS e da Europa, como o atacante Alphonso Davies — não, perdoem o erro: Alphonso Davies é canadense. O verdadeiro nome é Shane Ferguson, ex-fulano do Newcastle, e o jovem Shane Mackie, de 20 anos, que marcou o gol da vitória contra Trinidad. A partida contra Curacao, em Raymond James Stadium, será um teste de maturidade. Se vencerem, a Jamaica pode se tornar a primeira seleção da Caribe a se classificar automaticamente para uma Copa do Mundo desde 2006.
Os números que importam
- 13 pontos: liderança da Jamaica na fase final das eliminatórias da Concacaf
- 1 a 0: resultado da derrota dos EUA para o Uruguai na Copa América de 2024
- 15 de novembro: data da estreia da Jamaica contra Trinidad e Tobago
- 2: número de jogos da USMNT em novembro — contra Paraguai e Uruguai
- 6: número de partidas da Concacaf marcadas para 18 de novembro
Os estádios escolhidos pelos EUA geram controvérsia. Enquanto Tampa e Philadelphia recebem os rivais, cidades como Columbus, que já abrigaram grandes confrontos, ficam de fora. A federação alega que busca "maior exposição midiática", mas torcedores lembram que em Columbus, em 2017, o estádio lotado ajudou a selar a classificação para a Copa do Mundo da Rússia. Agora, o apoio é fragmentado. "É como se a federação estivesse vendendo ingressos, não jogando futebol", disse um comentarista da Telemundo.
Por que isso tudo importa?
A Copa do Mundo de 2026 será a primeira a ter 48 equipes e a primeira sediada por três países: EUA, Canadá e México. Isso significa que a Concacaf terá até 6 vagas diretas — e mais uma possível por playoffs. A Jamaica, o México e os EUA são os principais candidatos. Mas o Uruguai, apesar de ser da CONMEBOL, é um adversário de referência. Vencer ou empatar contra eles em novembro pode ser o primeiro passo para uma nova mentalidade na seleção americana. O futebol não é só sobre gols. É sobre coragem, memória e identidade. E em novembro, essas coisas vão ser testadas.
O que vem a seguir?
Após a janela de novembro, as seleções terão apenas um mês para se preparar antes da Copa do Mundo, em junho de 2026. A USMNT já tem um amistoso marcado para janeiro de 2026 — contra um adversário ainda não revelado. A Jamaica, se mantiver o ritmo, pode se tornar a grande surpresa da competição. E o Uruguai? Vai usar esses jogos como treino de alto nível. O que está em jogo não é só vaga na Copa — é o respeito, a história e o futuro do futebol da região.Frequently Asked Questions
Como a Jamaica conseguiu liderar as eliminatórias da Concacaf?
A Jamaica conquistou a liderança com um time coeso, baseado em jogadores da MLS e da Europa, como Shane Ferguson e o jovem Shane Mackie. A equipe tem uma defesa sólida e aproveita bem os contra-ataques. Em seis jogos, venceu quatro, empatou um e perdeu apenas um — contra o Canadá. O apoio da torcida local e a consistência tática do técnico Desmond Armstrong foram fundamentais para superar favoritos como Costa Rica e Honduras.
Por que os EUA jogam em estádios menores como Chester e Tampa?
A federação dos EUA escolheu esses locais por razões comerciais: maior capacidade de venda de ingressos e acordos de patrocínio. Chester, por exemplo, é o lar do Philadelphia Union e tem estrutura moderna, mas menos tradição em partidas da seleção. Torcedores criticam a falta de apoio em cidades como Columbus, onde a torcida era mais fervorosa. A decisão gerou polêmica, especialmente após a eliminação na Copa América, quando a equipe precisava de mais energia da torcida.
O Uruguai já está classificado para a Copa do Mundo?
Sim. O Uruguai garantiu vaga direta na Copa do Mundo de 2026 após vencer a Argentina por 2 a 1 em outubro de 2025, em Montevidéu. Com 22 pontos em 12 jogos, lidera a classificação da CONMEBOL. Por isso, o time pode experimentar jovens jogadores contra os EUA e o México, sem pressão por resultados. Mas ainda joga com a intensidade de quem sabe que, em Mundiais, cada jogo é uma batalha.
Quais são os horários e transmissões dos jogos dos EUA em novembro?
O jogo contra o Paraguai será em 15 de novembro, às 19h (horário de Chicago), em Chester, e será transmitido pela TNT e HBO Max em inglês, e pela Telemundo em espanhol. Já o duelo contra o Uruguai, em 18 de novembro, às 18h (Tampa), terá transmissão simultânea na TNT, Peacock e Telemundo. O horário foi ajustado para acomodar o público norte-americano, mas os torcedores na América Latina poderão assistir pelos canais da ESPN e da Fútbol de Primera.
O que está em jogo para a Jamaica contra a Curacao?
Se a Jamaica vencer, pode garantir classificação direta para a Copa do Mundo com um jogo ainda a ser disputado. A Curacao, por outro lado, precisa de uma vitória e ajuda de outros resultados para manter chances. O jogo em Tampa é um teste de maturidade: a Jamaica já venceu times mais fortes, mas nunca jogou em um estádio tão grande com tanta pressão midiática. Um empate pode ser suficiente — mas uma derrota pode abrir a porta para o México ou Canadá.
Por que a Copa do Mundo de 2026 é tão importante para a Concacaf?
Pela primeira vez, a Concacaf terá seis vagas diretas — mais do que nunca. Além disso, como o torneio será sediado nos EUA, Canadá e México, os três países têm vantagem logística e de torcida. Isso eleva a pressão para que outras seleções da região, como Jamaica, Panamá ou Honduras, se destaquem. A competição pode ser o marco da ascensão do futebol caribenho e centro-americano no cenário mundial.