Um Western Pandêmico: Conflitos e Tensão Social em Eddington
Ari Aster não economizou na carga dramática do seu novo filme, Eddington. O trailer liberado agora em abril trouxe um clima de sufoco e tensão, sem esconder que o diretor aposta forte em temas polêmicos. A história se passa em Eddington, uma pequena cidade do Novo México, logo nos primeiros meses da pandemia de COVID-19. E se engana quem espera por tiros no velho estilo do faroeste: a guerra aqui é de discursos, políticos e de vizinho contra vizinho. No centro do conflito estão o xerife Joe Cross, vivido por Joaquin Phoenix, e o prefeito Ted Garcia, interpretado por Pedro Pascal. Logo nas primeiras cenas do trailer, já dá pra sentir a temperatura subir—o embate começa nos bastidores do poder local, mas vai contaminando todos ao redor.
O filme não fica preso dentro das casas e nem nas ruas empoeiradas da cidade. O clima é de conversa atravessada em grupo de WhatsApp, vídeos curtos pipocando nas redes sociais e opiniões raivosas tomando conta do debate público. A narrativa traz trechos fragmentados, costurados por posts, comentários e lives, deixando o espectador no meio do tiroteio virtual. O olhar de Ari Aster sobre esse caos contemporâneo mistura o surrealismo típico do diretor com uma análise ácida da desigualdade e do individualismo que explodiu no auge do isolamento.

Elenco Estelar e Expectativas Elevadas para Cannes 2025
Além do duo Phoenix e Pascal, Eddington conta com nomes de peso. Emma Stone interpreta Louise, esposa do xerife, trazendo ainda mais densidade emocional para os dilemas do protagonista. Austin Butler, recém-saído do sucesso em Duna 2, Luke Grimes, do seriado Yellowstone, e o indicado ao BAFTA Micheal Ward ampliam o drama familiar e político que se desenrola na cidade. Com tanta gente de peso e uma trama urgente, o longa já chega cercado de expectativa.
Esse é o quarto filme de Ari Aster, responsável por sucessos como Hereditário, Midsommar e Beau Tem Medo—todos conhecidos pela mistura do estranho com discussões profundas sobre o comportamento e a psique humana. Eddington mantém a parceria de Aster com o diretor de fotografia Darius Khondji e o músico Bobby Krlic, formando um trio reconhecido por criar climas de tensão que grudam na pele do público. A estreia mundial rola já na competição principal do Festival de Cannes 2025, e quem não pôde cruzar o Atlântico já sabe: o filme entra em cartaz nos cinemas brasileiros no dia 18 de julho, prometendo ser assunto quente do meio do ano.
Sem fugir do debate, Ari Aster usa o faroeste para questionar a sociedade hiperconectada e desigual, onde qualquer crise, como a pandemia, pode virar gatilho para divisões profundas. Se depender do impacto do trailer, Eddington já chega com pinta de clássico polêmico, pronto para dividir opiniões e provocar conversa por muito tempo.