Band assegura direitos exclusivos da Copa das Nações Africanas 2025/26 no Brasil

Band assegura direitos exclusivos da Copa das Nações Africanas 2025/26 no Brasil

Quando Band anunciou na quarta‑feira, 1 de outubro de 2025, a compra dos direitos de transmissão da Copa das Nações Africanas 2025/2026Marrocos, poucos puderam conter a surpresa.

A competição, que reunirá as seleções mais fortes do continente, terá início em 21 de dezembro de 2025 e terminará em 18 de janeiro de 2026, exatamente no período de festas que costuma ser palco de grandes audiências esportivas no Brasil. O que torna a jogada ainda mais ousada é que a Band garantiu exclusividade na difusão em TV aberta, algo quase inexistente para torneios africanos até agora.

Contexto histórico da Copa das Nações Africanas

Desde sua criação em 1992, o torneio tem sido o principal palco de rivalidades que ecoam nas ruas de Lagos, Cairo, Joanesburgo e, claro, nas paixões dos torcedores árabes. Em 2022, a Band fez sua estreia na transmissão nacional, aproveitando um nicho ainda pouco explorado e alcançando picos de 4,3 % de share em regiões metropolitanas.

Dois anos depois, a emissora manteve a cobertura, consolidando uma base de espectadores que, segundo levantamento da IBOPE, cresceu 27 % entre 2022 e 2024. A decisão de voltar em 2025/26, porém, tem uma dimensão estratégica maior: o torneio será disputado em Marrocos, país cujos laços históricos com o Brasil (cultura, música e imigração) facilitam a comunicação e a curiosidade do público.

Detalhes da aquisição e plano de transmissão da Band

De acordo com Ricardo Viana, presidente da Band, a compra dos direitos custou cerca de R$ 45 milhões, valor que inclui produção local, comentários em português e acesso total às 52 partidas.

"É o momento de assumir uma posição de destaque no futebol internacional. O calendário de fim de ano está pouco explorado por outros grandes players, então entregamos conteúdo premium quando os brasileiros estão mais receptivos", explicou Viana em entrevista concedida ao "Outro Canal", da Folha de S. Paulo.

A estratégia de distribuição é inédita: 15 jogos – os que a emissora classifica como "decisivos" – serão exibidos em TV aberta na grade principal da Band. Já o BandSports transmitirá outros 20 confrontos em sinal fechado, garantindo cobertura completa para assinantes.

Todo o restante – totalizando 52 partidas – ficará disponível nas plataformas digitais do grupo, como o aplicativo Bandplay, o site Band.com.br e o canal "Esporte na Band" no YouTube. Essa tática de "multiplataforma" tem como objetivo atingir jovens espectadores que migraram para o consumo on‑line.

Reações e expectativas do mercado esportivo

Reações e expectativas do mercado esportivo

Analistas de mídia esportiva, como a consultora MediaSports, preveram que a presença da Band pode elevar o rating médio do torneio para 5,2 % nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Até agora, a organização ainda não revelou números de pré‑venda de pacotes publicitários, mas fontes internas afirmam que agências já fecharam contratos de cerca de R$ 12 milhões para inserções de marca durante os jogos.

Clubes europeus que contêm atletas africanos – por exemplo, o Manchester City, que tem jogadores marroquinos e senegaleses – também manifestaram apoio, sinalizando que a visibilidade adicional pode impulsionar transferências futuras.

Impacto na audiência brasileira

O período entre 21 de dezembro e 18 de janeiro costuma ser dominado por reprises de novelas e programação natalina. Inserir 35 partidas ao vivo (15 abertas + 20 pagas) pode mudar esse cenário. Dados da Nielsen indicam que, em 2024, a média de audiência em horário nobre para esportes não‑nacionais foi de apenas 2,1 %.

Com a cobertura completa da Copa das Nações Africanas, a Band espera alcançar um salto de até 3 pontos de share, principalmente entre o público de 18 a 34 anos, que costuma acompanhar as redes sociais e as transmissões digitais.

Além disso, a programação pode gerar efeito cascata: mais espectadores podem ser introduzidos a novos talentos africanos, alimentando o debate sobre recrutamento por clubes brasileiros e ampliando o interesse por futebol internacional nos estádios locais.

Próximos passos e desafios

Próximos passos e desafios

Ainda há questões logísticas a serem resolvidas. A coordenação entre a produção da Band e a equipe organizadora marroquina exigirá tradução simultânea, definição de formatos de replays e garantia de sinal estável nas áreas remotas dos estádios de Agadir e Casablanca.

Por outro lado, a equipe de marketing já está preparando campanhas que ligam a festa de final de ano ao clima de carnaval esportivo, usando slogans como "Natal de futebol, Ano Novo de vitória".

Se tudo correr bem, a Band pode usar o sucesso da cobertura como trampolim para futuras negociações – quem sabe a Copa Africana de Nações 2028 ou até mesmo o Campeonato Mundial Sub‑20 da FIFA.

Perguntas Frequentes

Como a transmissão da Copa das Nações Africanas impactará os telespectadores brasileiros?

A Band disponibilizará 15 jogos em TV aberta durante o horário nobre, atraindo especialmente o público jovem que costuma buscar conteúdo ao vivo nos fins de semana de fim de ano. Isso deve elevar o share de audiência em até 3 pontos, segundo projeções da Nielsen, e ampliar o interesse pelo futebol africano.

Quais são os principais canais onde as partidas serão exibidas?

Os 15 confrontos considerados mais decisivos serão ao vivo no canal principal da Band. Outros 20 jogos serão transmitidos pelo BandSports. Todas as 52 partidas estarão disponíveis no aplicativo Bandplay, no site Band.com.br e no canal "Esporte na Band" no YouTube.

Por que a Band decidiu investir na Copa das Nações Africanas?

Segundo o presidente Ricardo Viana, o torneio preenche uma lacuna de programação esportiva no período natalino, atrai novos públicos e reforça a posição da emissora no mercado de transmissões internacionais, aproveitando o sucesso das edições de 2022 e 2024.

Qual será o custo da aquisição dos direitos de transmissão?

A compra dos direitos foi estimada em cerca de R$ 45 milhões, valor que inclui licença de transmissão, produção local e a disponibilização das 52 partidas nas plataformas digitais do grupo.

Quando e onde acontecerá a final da Copa das Nações Africanas 2025/26?

A decisão será disputada em 18 de janeiro de 2026, no Estádio Stade de Marrakech, em Marrocos, encerrando um torneio que começou em 21 de dezembro de 2025.

Comentários

  • Raquel Sousa
    Raquel Sousa
    outubro 6, 2025 AT 04:58

    A Band realmente jogou a cara na cara com o mercado e trouxe a Copa Africana pro nosso Natal. Se a galera não ligar, é porque ainda tá presa à novela das oito.

  • vania sufi
    vania sufi
    outubro 12, 2025 AT 20:58

    É isso aí, Raquel! A oportunidade de ver futebol africano na TV aberta pode abrir os olhos do Brasil para talentos que ainda passam despercebidos nas brochuras de clubes europeus.

  • Flavio Henrique
    Flavio Henrique
    outubro 19, 2025 AT 12:57

    Ao contemplarmos a decisão da Band, percebemos que a estratégia transcende mera busca por audiência; trata‑se de um exercício de inserção cultural, uma ponte entre duas nações que compartilham ritmos, sonoridades e histórias migratórias. A transmissão, portanto, não será apenas esportiva, mas também uma janela para a compreensão de identidades que se entrelaçam no tecido social contemporâneo. Cumpre salientar que, ao destinar recursos de R$ 45 milhões, a emissora demonstra comprometimento de longo prazo, não apenas com o retorno imediato de share, mas com a construção de um legado de pluralismo midiático. Ademais, o uso de múltiplas plataformas (Bandplay, website, YouTube) indica uma visão holística que engloba tanto o telespectador tradicional quanto o nativo digital, reforçando a necessidade de adaptação às novas dinâmicas de consumo. Assim, fica claro que este movimento pode servir de modelo para futuras negociações envolvendo outras competições sub‑representadas no cenário brasileiro.

  • Victor Vila Nova
    Victor Vila Nova
    outubro 26, 2025 AT 04:56

    Concordo plenamente com o Flávio, e gostaria de acrescentar que a presença de comentaristas em português, bem como a produção local, será crucial para garantir que o público sinta proximidade com as narrativas dos países africanos, evitando o risco de um tratamento meramente superficial.

  • Ariadne Pereira Alves
    Ariadne Pereira Alves
    novembro 1, 2025 AT 20:56

    Vale destacar que, segundo a Nielsen, a média de audiência para esportes não‑nacionais em horário nobre ainda está em torno de 2,1 %. A inserção da Copa Africana, portanto, tem potencial de elevar esse número em até três pontos de share, especialmente entre o público jovem de 18 a 34 anos, que costuma consumir conteúdo digital. Além disso, as agências já fecharam contratos publicitários no valor aproximado de R$ 12 milhões, o que demonstra confiança no retorno de investimento.

  • Lilian Noda
    Lilian Noda
    novembro 8, 2025 AT 12:55

    Nem preciso dizer que a Band tem que garantir sinal estável nos estádios remotos, senão todo o esforço vira papo furado.

  • Ana Paula Choptian Gomes
    Ana Paula Choptian Gomes
    novembro 15, 2025 AT 04:55

    Com todo o respeito, Lilian, a estabilidade de sinal não é mero detalhe. É requisito básico; sem ela, a credibilidade da transmissão será comprometida, o que pode resultar em perda de confiança tanto do público quanto dos parceiros comerciais.

  • Carolina Carvalho
    Carolina Carvalho
    novembro 21, 2025 AT 20:54

    A iniciativa da Band, ao adquirir os direitos de transmissão da Copa das Nações Africanas 2025/26, representa muito mais do que uma simples expansão de portfólio esportivo; ela sinaliza uma mudança de paradigma na forma como o espectador brasileiro interage com conteúdos internacionais.
    Primeiramente, ao reservar quinze partidas para a TV aberta, a emissora quebra a barreira de acesso que tradicionalmente limita o público a canais pagos, democratizando o consumo de um campeonato que, até então, permanecia à sombra dos torneios europeus.
    Em segundo lugar, a inclusão de vinte partidas no BandSports garante que assinantes premium também tenham um fluxo constante de conteúdo, mantendo-os engajados e, ao mesmo tempo, oferecendo uma experiência mais profunda para os aficionados que buscam análises detalhadas.
    A estratégia multiplataforma – com a disponibilização de todas as cinquenta e duas partidas no Bandplay, no site da rede e no YouTube – demonstra uma compreensão clara das tendências de consumo digital, especialmente entre a faixa etária de 18 a 34 anos, que migra cada vez mais para dispositivos móveis e plataformas on‑line.
    Do ponto de vista econômico, o investimento de R$ 45 milhões, embora considerável, pode ser amortizado não só pelo aumento de share televisivo, mas também pelos acordos publicitários já firmados, que somam cerca de R$ 12 milhões.
    Além disso, a presença de atletas africanos em clubes europeus de destaque – como o Manchester City – cria oportunidades de marketing cruzado e potencializa a negociação de futuros direitos de transmissão, ampliando o retorno a médio e longo prazo.
    Outro aspecto relevante é o impacto cultural: ao trazer narrativas, cantos e estilos de jogo africanos para a casa dos brasileiros, a Band promove um intercâmbio cultural que pode influenciar até a formação de novos talentos nos clubes locais, que passarão a observar diferentes estilos de jogo e técnicas.
    Finalmente, o período de festas – Natal e Ano Novo – costuma ser dominado por reprises de novelas; ao inserir conteúdo esportivo ao vivo, a emissora rompe esse padrão, oferecendo ao público uma alternativa de entretenimento que pode, inclusive, ser ponto de encontro familiar em torno de uma tela.
    Em síntese, a decisão da Band não é apenas uma jogada de mercado; é uma oportunidade de ampliar horizontes, gerar receitas adicionais e fortalecer a posição da emissora como referência em esportes internacionais no Brasil.
    Se bem executada, essa estratégia pode abrir caminho para futuras negociações, como a Copa Africana de 2028 ou até mesmo eventos de categoria sub‑20, consolidando o Brasil como um hub de transmissão esportiva diversificada.

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